Bulls Vencem por 1-0

O Primeiro Sangue dos Bulls

No calor do Estádio da Machava, em Maputo, o Black Bulls registrou sua primeira vitória de impacto na Liga Moçambicana de 2025 — uma partida intensa de 1-0 sobre o Dama Tola, no dia 23 de junho. Menos de duas horas de ação (12:45 – 14:47), mas cheias de fé: fé na estrutura, fé no processo.

O gol surgiu nos minutos finais — não por brilhantismo, mas por inevitabilidade. Um canto executado com calma cirúrgica. Sem festa exagerada; apenas acenos silenciosos entre os defensores. Os Bulls não buscam manchetes. Constróem-nas.

Uma História de Empates Anteriores

Antes desse triunfo, o Black Bulls havia empatado duas vezes sem sofrer gols — zero a zero contra o Maquetela Railway em 9 de agosto e outro jogo vazio em junho.

Mas esses não foram fracassos. Foram pilares.

Vi equipes perderem confiança após seca assim. Não os Bulls. Suas estatísticas contam outra história: precisão de passes de 86% contra o Maquetela Railway; apenas quatro chutes ao gol concedidos nos dois jogos — prova clara: não estão apenas sobrevivendo; estão aprendendo.

Disciplina Tática Sobre Flamboyância

Seja claro: este não é um time estilo samba com ataque fluido e pontas dançando como no Carnaval.

Não.

Os Bulls são como fortalezas romanas: compactos atrás (média de 3,8 bloqueios por jogo), controle disciplinado no meio (retenção de posse em 69%) e eficiência letal quando importa.

O técnico? Ex-médio-defensivo que jogou no FC Porto B mas nunca chegou à Primeira Liga — conhece dor melhor que glória. Seu sistema? Marcação por zona com pressão alta só após recuperação da bola.

Não é glamoroso… mas funciona quando se joga pela sobrevivência e pelo orgulho.

A Psicologia do Silêncio Após os Gols?

Depois do gol tardio contra o Dama Tola? Reunião rápida — dez segundos no máximo. Sem danças nas bancadas. Sem selfies com torcedores no campo.

Porquê? Sabem melhor que ninguém: um ponto não apaga a história — nem as dúvidas. Imagine o que Pogba faria ao marcar? Aqui? Foi como David responder à oração do Golias sem levantar a voz. Mesmo os torcedores entendem essa cultura agora — nenhuma celebração frenética até garantirem promoção ou título.